à parte da paixão em volta do futebol, existe uma economia onde se movimentam milhões de euros, este dinheiro paga despesas com jogadores, construções de estádios, e a toda a gestão dos clubes. paga também acesso a actividades sociais, em particular para crianças, que aparentemente, sem os lucros gerados pela equipa de futebol não poderiam ser prestados.
aqui está talvez um dos pontos que desconheço da economia do futebol. Qual a importância e o beneficio que os clubes nos trazem, face ao volume de capital que movimentam? Custa-me a acreditar que só com o suporte de uma grande equipa podem ser fornecidos equipamentos para a pratica de desporto acessíveis a todos, mas é sem duvida uma óptima opção no que toca a investimento social dos clubes.
à parte das benesses sociais que o futebol traz, das quais me limitei a nomear o desporto para crianças, quem são os principais beneficiários desta movimentação de capital? os clubes não apresentam grande crescimento de riqueza para além para além da melhoria de equipamentos ou aquisição de património. pagam impostos como os outros contribuintes e utilizam os lucros para investir na melhoria dos serviços que prestam. tudo isto no devido respeito e cumprimento da lei, claro está! os exemplos desviantes deste comportamento não têm claramente lugar no beneficio social que pretendo encontrar no futebol.
as receitas dos clubes, pagas as despesas de infra-estruturas, impostos e as actividades sociais que promovem, pagam os salários daqueles que ocupam as suas vidas a trabalhar para a subsistência e desenvolvimentos das actividades que promovem.
sendo os impostos e as despesas em infra-estruturas ditados por factores de decisão políticos, isto é, que dependem de decisões políticas do estado ou dos clubes, julgo ser a distribuição das receitas entre salários e investimento social um dos aspectos mais importantes da economia no futebol. onde é gasto o dinheiro que sobra?
existem, no meu entender, duas tabelas salariais distintas nos clubes: uma para atletas e outra para funcionários. a dos funcionários imagino em tudo semelhante às de uma instituição publica ou privada com ou sem fins lucrativos, salários fixos de acordo com a posição hierárquica ocupada. já a dos atletas é associada ao desempenho das suas funções e ao beneficio que potencìam para o clube.
não sendo estas ultimas características associadas exclusivamente à contracção de atletas, pois para os restantes cargos também são exigidos graus de competência para o bom desempenho do clube, é nos atletas que as assimetrias mais se fazem sentir. um atleta de badminton não atrai tanto capital como o principal guarda redes da equipa de futebol assim. julgo ser isto uma justificação para o investimento feito na equipa de futebol ser proporcional ao volume de receita gerado.
vejamos as receitas dos clubes: num artigo publicado no publico de 9 de fevereiro de 2007 são nomeadas como principais fontes de receita dos clubes:
- a participação em competições internacionais;
- os direitos televisivos e patrocínios;
- as receitas dos jogos;
- contratos exclusivos;
- e a quotização dos sócios.
quase todas elas directamente ligadas ao futebol.
o futebol além do entretenimento, das paixões e da capacidade de promoção do desporto diferencia-se de outras modalidades pelo capital que movimenta. perdoem-me a má utilização de termos económicos menos correctos, mas entendo que movimenta pois as receitas são distribuídas pelos custos, que por sua vez geram receita e assim alimentam uma economia.
sendo os principais intervenientes nesta economia, os jogadores e respectiva equipa técnica, é também neles que há maior investimento. julgo importante realçar que este investimento retira capacidade de empreender mais intervenção social, que aparentemente necessitas das receitas dos clube por não terem capacidade de gerar receitas elas próprias.
assim um jogador de uma grande equipa de futebol têm o potencial de promover não só o desporto, o seu clube, mas influencia em grande parte a capacidade de empreendimento social do seu clube. Sem duvida este mérito deve ser recompensado, mas tanto?
E o que fazem os jogadores quanto têm que se reformar? O que lhes dá a sociedade em troca pelos serviços prestados? Outras questões surgem certamente quando falamos de futebol, – violência domestica por exemplo – quem não fala nos efeitos que têm para a produtividade de uma cidade ou país.